O encanto do Arco Nossa Senhora de Fátima

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Como todo crateuense, ou pelo menos, boa parte deles, sou admiradora do Arco Nossa Senhora de Fátima, um dos ícones da cidade. A sua imponência sempre me chamou atenção. Passar por ali e olhar para o Arco traz enlevo. O Arco, ali no centro da cidade, em um alto, dá à cidade um ar de poder, de importância e, isso, já orgulha o filho da terra. Com a nova reparação, pintura em novo tom de azul e iluminação traduz ainda mais esse sentimento de orgulho.

Para além, porém, do orgulho, da estima que o equipamento nos remete, há também a forte religiosidade, grande marca do Arco, nesse caso no âmago dos fieis católicos, devotos de Nossa Senhora de Fátima. Para esse público, o ícone no centro recorda e atualiza a passagem da Virgem Maria. Muitos ao ali passar fazem o sinal da cruz no rosto, rezam uma Ave Maria, pedem proteção.

Ampliando, ainda, e abordando o aspecto histórico, o Arco nos lembra um período de grande vigor da sociedade crateuense, que em 1953 uniu suas forças no episódio da “prisão da santa”, que levou a cidade à mídia internacional. Imagina se houvesse internet naquela época e todas as formas de comunicação que existem atualmente! A santa, que era para ficar em Crateús apenas uma parte do dia, por pressão das autoridades e popular, pernoitou na cidade. Trouxe-nos uma fama que ainda hoje guardamos: de povo aguerrido, lutador, mobilizador, desafiador.

Há ainda as histórias e todo o cotidiano que permeia aquela área. Os feirantes, as senhoras, jovens e todo o público que circula nas imediações, levando vida e dando vida à cidade. Veículos, motocicletas, visitantes, vendedores, estudantes e toda uma gama de pessoas que transitam e fazem história, a sua história diária e a história da cidade. Camelôs, poetas (lembro aqui Lucas Evangelista com sua obra exposta ao lado), com suas singularidades e sonhos ali se estabelecem diariamente.

A parte arquitetônica do ícone merece registro e compõe toda a beleza do monumento à Nossa Senhora. Linhas e contornos que lembram a arquitetura romana em uma construção firme que exalta a sensibilidade. Não há como não admirar! Não há como passar ali, por mais apressado e envolvido com os afazeres cotidianos, que não se eleve um pouco o olhar, que não se olhe e sinta a imponência, tradição, espiritualidade, beleza ou orgulho pelo Arco. Em todo bom crateuense, por mais singelo ou displicente, alguns desses conceitos aflora ao transitar pelo nobre monumento.

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